CONTINUAR<br>A LUTA

«Pela de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos dos tra­ba­lha­dores e do povo»

Esta se­mana o Avante! sai à quarta-feira por uma razão que é mo­tivo de grande re­go­zijo: a re­po­sição do pri­meiro de quatro fe­ri­ados re­ti­rados pelo go­verno PSD/​CDS, o fe­riado re­li­gioso de amanhã, dia 26, em con­sequência da luta dos tra­ba­lha­dores e do povo e da firme in­ter­venção do PCP.

Chegou ao fim a se­mana de luta de­ci­dida pela CGTP-IN e apro­vada pelos tra­ba­lha­dores nas co­me­mo­ra­ções do 1.º de Maio por todo o País. Foi uma se­mana de luta que en­volveu muitos mi­lhares de tra­ba­lha­dores nas em­presas e na rua em torno da acção rei­vin­di­ca­tiva; pela de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos.

Foi uma se­mana de luta que contou com um vasto e di­ver­si­fi­cado con­junto de ac­ções dos tra­ba­lha­dores dos sec­tores pú­blico e pri­vado – entre ou­tras, tri­bunas pú­blicas, con­cen­tra­ções, ma­ni­fes­ta­ções e greves – re­a­li­zadas com grande im­pacto por todo o País.

Foi uma jor­nada que mos­trou, num quadro po­lí­tico de grande com­ple­xi­dade e exi­gência, que a luta de massas é factor de­ter­mi­nante e de­ci­sivo para de­fender, repor e con­quistar di­reitos e para as­se­gurar a mu­dança de po­lí­tica que res­ponda às as­pi­ra­ções e in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo e às ne­ces­si­dades de de­sen­vol­vi­mento so­be­rano do País.

Amanhã, con­cre­tizar-se-á a re­po­sição do fe­riado re­li­gioso do Corpo de Deus (este ano, a 26 de Maio), a que se vão se­guir o 5 de Ou­tubro, 1 de No­vembro e 1 de De­zembro. Pela luta fica assim as­se­gu­rada a de­vo­lução de quatro fe­ri­ados trans­for­mados em dias de tra­balho não pago pela po­lí­tica de ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento le­vada à prá­tica pelo go­verno PSD/​CDS, sub­me­tida às im­po­si­ções da troika (UE, BCE e FMI) e com a cum­pli­ci­dade ac­tiva do ex-Pre­si­dente da Re­pú­blica.

E o que se diz dos quatro fe­ri­ados re­postos se po­derá dizer igual­mente das 35 horas de tra­balho se­manal para os tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica.

Ne­nhuma razão pode jus­ti­ficar a não apli­cação a todos os tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica das 35 horas a partir do dia 1 de Julho. Mas, até à cabal con­cre­ti­zação deste di­reito é im­pres­cin­dível a luta dos tra­ba­lha­dores para im­pedir as ma­no­bras de di­versão em curso por parte do grande ca­pital, de ór­gãos da co­mu­ni­cação so­cial do­mi­nante em ar­ti­cu­lação com inad­mis­sí­veis ma­no­bras de chan­tagem e de pressão por parte do PSD, CDS, União Eu­ro­peia e Banco Cen­tral Eu­ropeu.

Luta que é igual­mente in­dis­pen­sável para a rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e con­cre­ti­zação de uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda. Exi­gência ne­ces­sária de mu­dança em que se in­te­gram as re­centes ini­ci­a­tivas do PCP sobre a re­ne­go­ci­ação da dí­vida, o con­trolo pú­blico da banca e o es­tudo e pre­pa­ração da li­ber­tação da sub­missão ao euro.

Nos úl­timos dias de­sen­vol­veram-se ou­tras im­por­tantes ini­ci­a­tivas do PCP: vi­sita à Quinta do Cabo, ho­me­nagem a Ca­ta­rina Eu­fémia, ac­ções em torno da cam­panha «Mais di­reitos, mais fu­turo. Não à pre­ca­ri­e­dade» em Coimbra e em Ovar, a 10.ª As­sem­bleia da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Cas­telo Branco, que con­taram com a par­ti­ci­pação do Se­cre­tário-geral do Par­tido.

A Cam­panha Na­ci­onal de Fundos, como se as­si­nalou no úl­timo nú­mero do Avante! e o ca­ma­rada Je­ró­nimo de Sousa su­bli­nhou na sua des­lo­cação à Quinta do Cabo da pas­sada quinta-feira, atingiu um grande êxito. Com as con­tri­bui­ções re­co­lhidas – a ul­tra­pas­sarem um mi­lhão e du­zentos mil euros – é pos­sível con­cre­tizar o com­pro­misso de compra da Quinta do Cabo e re­a­lizar as obras ne­ces­sá­rias que farão da Festa do Avante!, já este ano, uma Festa maior e me­lhor a re­flectir e pro­jectar com mais força e con­fi­ança os va­lores de Abril no fu­turo de Por­tugal.

Mas o êxito da Festa im­plica a sua cui­dada e atem­pada pre­pa­ração com par­ti­cular atenção à di­vul­gação, im­plan­tação (com a pri­meira jor­nada de tra­balho mar­cada para 4 de Junho) e venda da EP, e com a to­mada das me­didas de di­recção que se tornem ne­ces­sá­rias.

Pros­segue, en­tre­tanto, a acção de re­forço do Par­tido nas di­rec­ções de­fi­nidas: res­pon­sa­bi­li­zação de qua­dros e re­forço da ca­pa­ci­dade de di­recção; or­ga­ni­zação e in­ter­venção nas em­presas e lo­cais de tra­balho; re­cru­ta­mento e in­te­gração de novos mi­li­tantes; acção de con­tacto com os mem­bros do Par­tido; quo­ti­za­ções e seu re­ce­bi­mento re­gular; di­na­mi­zação das or­ga­ni­za­ções lo­cais; es­tru­tu­ração do tra­balho junto de ou­tras ca­madas, sec­tores so­ciais e áreas de in­ter­venção es­pe­cí­ficas; di­vul­gação da in­for­mação, pro­pa­ganda e im­prensa par­ti­dária; cam­panha de di­vul­gação do Avante!

Desen­volve-se também até final de Maio a pri­meira fase da pre­pa­ração do XX Con­gresso que impõe me­didas que as­se­gurem a con­cre­ti­zação de todos os ob­jec­tivos e ac­ções pla­ni­fi­cadas.

Como afirmou o ca­ma­rada Je­ró­nimo de Sousa no co­mício em Coimbra na pas­sada se­mana, «temos pela frente muito tra­balho. Temos pela frente muita luta a de­sen­volver e a travar pela de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos dos tra­ba­lha­dores e do povo. Neste novo quadro po­lí­tico, es­tamos agindo, pro­pondo, lu­tando para servir os tra­ba­lha­dores, o povo e, sempre e sempre, a es­ti­mular a sua par­ti­ci­pação e a sua luta que em todos os tempos e em todas as cir­cuns­tân­cias mos­trou ser o motor que faz avançar a roda da his­tória».